sexta-feira, 25 de março de 2011

Córrego Zavuvus - Favela Esperança - Canalização, Sim! Despejos, Não!

Salve ademarenses,

Nossa comunidade agoniza, luta, se manifesta e resiste aos despejos abusivos que a sub prefeitura da Cidade Ademar está executando na Favela Esperança, Vila Joaniza, Zona Sul de São Paulo.

Fomos somar, nessa última quarta feira, 23, com os moradores da favela esperança em uma marcha até a sub prefeitura da Cidade Ademar, onde acompanhamos o tamanho descaso do sistema em atender de forma humana e social a um dos direitos básicos de sobrevivência, a moradia. Em suma, eles querem remover a favela para canalizar o córrego Zavuvus, e acumular mais estas famílias, que na maioria vivem na região há mais de 20 anos, às milhares de famílias que sofrem a falta de moradia digna e se amontoam em abrigos, aluguéis precários e na fila de espera inatingível do sistema de habitação e seus conjuntos populares.

Assista o vídeo da Marcha

Assista o vídeo com depoimentos dos moradores da Favela Esperança sobre os despejos

Favela Esperança, Essa Luta é Nossa! E Resistiremos!

Reproduzo aqui, a cobertura da rede extremo sul no ato:

http://redeextremosul.wordpress.com/2011/03/23/moradores-da-favela-esperanca-na-vila-joaniza-se-mobilizam-para-exigir-o-fim-dos-despejos-e-a-canalizacao-do-zavuvus-em-prol-da-comunidade/

Moradores da Favela Esperança, na Vila Joaniza, se mobilizam para exigir o fim dos despejos e a canalização do Zavuvus em prol da comunidade



Cerca de 200 moradores da Favela Esperança, na Vila Joaniza, seguem mobilizados reivindicando a interrupção imediata das centenas de despejos que começaram a ocorrer de forma totalmente abusiva em sua comunidade. Eles exigem também que a canalização do córrego Zavuvus – uma bandeira antiga do bairro – seja feita sem a remoção dos moradores históricos da região. Desta maneira, no início desta quarta-feira, eles decidiram caminhar em marcha rumo à subprefeitura da Cidade Ademar para fazer tais reivindicações diretamente ao subprefeito, Carlos Roberto Albertim, e seu corpo de burocratas.

Depois de uma longa caminhada pela Avenida Yervant Kissajikian, o conjunto dos moradores foi recebido pelo subprefeito e seus assessores em um auditório improvisado. A negociação, no entanto, não avançou em nada, sobretudo pela intransigência dos gestores, os quais inclusive se recusaram a assinar sequer uma ata da reunião – reconhecendo que seguirão fazendo os despejos da mesma maneira, oferecendo os mesmos R$ 400,00 de bolsa-aluguel (vulgo “cheque-despejo”), sem qualquer outra garantia palpável de solução definitiva para as famílias.Revoltados com a postura do subprefeito e seus assessores, que segundo muitos moradores foram bastante desrespeitosos ao longo da “reunião”, e sem qualquer alternativa digna para o futuro de suas famílias, ao sair da subprefeitura os manifestantes resolveram voltar em marcha para a favela, não sem antes travar por alguns minutos a Avenida Yervant para chamar a atenção da sociedade sobre o tipo de tratamento que a população pobre vem recebendo do tal “poder público”


História da região

A Vila Joaniza é um bairro antigo do extremo sudeste de São Paulo, na região da Cidade Ademar. Um bairro grande e desigual, que inclui tanto áreas um pouco mais endinheiradas, quanto algumas regiões bem pobres, porém todas ocupadas há muito tempo. A Favela Esperança, que fica na Joaniza, também tem mais de 40 anos de existência, quando os primeiros moradores da comunidade começaram a se estabelecer por ali. De lá pra cá, foram décadas e décadas de muita luta cotidiana, fora do horário de serviço e nos finais de semana, para transformar os primeiros barracos em casinhas melhor estruturadas (com encanamento, de alvenaria, com várias lajes…); para ir aprimorando a infra-estrutura do bairro (asfaltamento de ruas, água e esgoto, creche, posto de saúde, transporte etc); e assim fortalecendo os laços comunitários. Tudo conquistado sempre com muita luta de cada família, e da comunidade como um todo.

Nas últimas semanas, por conta do famigerado “Programa Mananciais” e da aceleração dos interesses imobiliários e especulativos nos arredores da favela, centenas de moradores antigos da comunidade estão sendo ameaçados e forçados a deixarem suas casas a toque de caixa, abrindo mão de direitos conquistados ao longo de tanto tempo. O argumento utilizado pelos gestores e pelos funcionários das construtoras tem sido, mais uma vez, a “urgência” da canalização do córrego Zavuvus – uma reivindicação histórica da própria comunidade – que estaria colocando em risco os moradores e seu meio ambiente. Assim, utilizam os velhos argumentos do “risco”, da “defesa do meio ambiente” e da “necessidade de melhorar a infra-estrutura do bairro”, além da própria comoção gerada pelo afogamento de duas crianças no início do ano, para justificar a urgência que eles têm por seus lucros empresariais e especulativos. Ao invés de atender de maneira decente a histórica reivindicação pela canalização do córrego Zavuvus em prol da comunidade, estão tentando fazer acreditar que a favela é o obstáculo no meio do caminho, ameaçando-a, e assim tentando justificar a expulsão de centenas de famílias para vá-lá-saber aonde.

Resistência na Comunidade

Frente a todos esses absurdos, a comunidade da Favela Esperança está consciente de seus direitos e disposta a resistir! Mesmo depois de uma série de ameaças e intimidações por parte das assistentes sociais e de outros funcionários da Prefeitura, reafirmam que a proposta que lhes está sendo apresentada, o auxílio-aluguel de 400 reais, não é uma alternativa aceitável. Ao contrário, exigem que seja feita a canalização do Córrego Zavuvus sem a remoção dos moradores, muitos dos quais residem na comunidade há 30 ou mesmo 40 anos. Por isso decidiram fazer esta primeira marcha até a subprefeitura da Cidade Ademar, protestando contra os despejos que estão ocorrendo na comunidade.

Para os moradores da Favela está claro que não é possível tolerar tantos absurdos assim, afinal é sabido ser possível interromper os despejos e fazer a canalização mantendo as famílias na mesma região que elas cresceram e ajudaram a construir com muita luta, tendo direito a usufruir de todas suas melhorias. Aliás, como já foi feito em outras áreas próximas do mesmo córrego, justamente onde ele tem uma vizinhança mais endinheirada. Por que será que a favela e o povo mais pobre tem que sempre ser tratado da pior maneira possível?

A comunidade garante que permanecerá mobilizada e não tolerará mais este tipo de absurdo. Segue fortalecendo sua organização autônoma e gritando para aqueles que se consideram “poderosos”:

A FAVELA ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE!

CANALIZAÇÃO SIM, DESPEJOS NÃO!

VILA JOANIZA LUTA!


VEJA ABAIXO AS REIVINDICAÇÕES DOS MORADORES:

São Paulo, 23 de março de 2011

Ao Subprefeito da Cidade Ademar,

Nós, moradores da Favela Esperança, na Vila Joaniza, declaramos que auxílio-aluguel de 400 reais não é política habitacional, e reivindicamos: 1) Paralisação imediata dos despejos que estão em curso em nossa comunidade. Basta de assédios, ameaças e outras formas de violência contra os moradores e as moradoras da Favela Esperança; 2) Que seja feita a canalização do Córrego Zavuvus sem a remoção das famílias que residem próximas a ele, como ocorreu perto do Colégio 24 de março e de outros lugares de nossa região.Só aceitaremos remoções pontuais caso seja apresentada às famílias em questão uma real alternativa habitacional – ou seja, caso a família deixe sua casa já com a chave de sua nova casa própria -, e caso essas famílias estejam de acordo. Fora isso, admitiremos apenas remoções temporárias, combinadas contratualmente, durante o tempo de realização das obras.

Solicitamos que estas reivindicações sejam encaminhadas aos demais órgãos competentes, como a Secretaria Municipal de Habitação e o Programa Mananciais, e que nos seja apresentada a resposta sobre o segundo ponto da reivindicação em nova reunião a ser realizada num prazo de 15 dias.

Moradores e Moradoras da Favela Esperança, Vila Joaniza

sábado, 19 de março de 2011

Cinebuteco - Mostra de Cinema Bibliaspa

Dia 24/03/2011
Horario: 20hs

Endereço: Bar do Rui - Rua Professor Felicio Cintra Prado, 131

Filme “Ali Zaoua – O príncipe das ruas”

Drama. Ali, Kwita, Omar e Boubken, todos com 12 anos, são meninos de rua em Casablanca. As ruas são sua casa e as pessoas que nelas moram sua família. Sem ter para onde ir nem onde se esconder, a sobrevivência é um problema cotidiano e a amizade, o elo insubstituível que os une. Até que um dia Ali é morto - teve sua vida abreviada por um ato de vingança de uma gangue rival. Seus amigos bem que poderiam abandoná-lo ali, morto, mas decidem dar-lhe o enterro que merecia - o de um rei. 90 min, 2000.

Ahlan Wa Sahlan! Sejam bem-vindos(as)!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sarau da Mulher "M"



Dia 13/03

A partir das 17hs

Local: Bar do Rui - R Prof. Felicio Cintra do Prado, 134 - Cidade Ademar
Em frente o Colégio Adventista

Sarau da Ademar - MULHERES EM LUTA

As Mulheres do Sarau da Ademar convidam a todas e todos para refletir, debater e curtir com
muita poesia, música, literatura e amizade a questão da mulher na sociedade !!!

Musica: Camila Brasil e Banda
Lançamento: Fanzine UM POR TODOS- Sarau dos Mesquiteiros
Inserção: Juliana Queiroz dos Santos (ativista cultural)
Distribuição de lindos pergaminhos de poesia em papel reciclado artesanal:
Correspondência Poética

A LUTA CONTRA O MACHISMO NÃO É SÓ DAS MULHERES!
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